domingo, 8 de julho de 2007

Restauração da Alma - O que é o que não é?

Restauração da Alma O Que É o Que Não É ?
Abaixo, segue um perfil do que a Restauração da Alma não é, resumindo muitos dos conceitos errados quanto a ela. O que segue é adaptado do primeiro capítulo do livro do David Kornfield,
Introdução à Restauração da Alma, Editora Vida.

A.) A restauração da alma não é algo recebido automaticamente quando recebemos a Jesus como nosso Salvador e Senhor. Nosso corpo não é transformado quando somos salvos. Nosso Q.I. não dá um pulo. Igualmente, nossos problemas emocionais, nossas feridas e traumas do passado não somem simplesmente. Nosso espírito realmente é novo, somos nascidos de novo a nível de nosso espírito e somos santos! Ao mesmo tempo, nossa alma precisa de santificação que é um processo contínuo até vermos a Jesus face a face. A alma tem sido definida de forma clássica como a vontade, a mente e as emoções. Essa mente precisa ser renovada (Rm 12.1), a vontade precisa ser alinhada com Jesus dia após dia (Lc 9.23) e as emoções transformadas também a cada dia (Ef 4.25-31). Se tudo fosse transformado automaticamente quando recebêssemos Jesus, Paulo nem haveria escrito todas as suas cartas!


B.) A restauração da alma não é algo recebido automaticamente quando somos batizados ou ungidos pelo Espírito Santo. O Espírito Santo nos dá mais poder, sentimos o renovo em nosso espírito, mas ainda precisamos de um processo de cura/restauração que atinja nossas feridas. Caráter não vem através de unção. A vida cristã envolve toda a disciplina de uma atleta (1 Co 9.19-23). Igual ao atleta, músico ou qualquer outro que demonstra graça especial, nós nunca chegamos ao ponto em que não precisamos nos dedicar às disciplinas básicas de um discípulo. Ser ungido não quer dizer que agora somos exemplo do esforço e disciplina cristã quanto à santificação.

C.) A restauração da alma não vem por meio de reconhecer nossa necessidade dela. Isso é o primeiro passo, sem dúvida. Porém, da mesma forma que uma pessoa reconhecer que tem câncer não resolve o problema; da mesma forma, simplesmente reconhecer que temos traumas emocionais não é suficiente. Precisamos nos responsabilizar para procurar uma ajuda, aconselhamento ou tratamento que esteja a altura de nossas carências.

D.) A restauração da alma não é algo que recebemos quando alguém faz uma oração especial por nós, ainda que essa pessoa tenha dons especiais. A oração de outros normalmente é indispensável na cura, mas ela também requer a nossa participação.

E.) A restauração da alma normalmente não vem em um ou dois encontros, se a pessoa estiver seriamente ferida ou traumatizada. Requer um processo sério de meses ou anos, dependendo do trauma da pessoa e a seriedade com a qual ela se entrega a sua restauração. Às vezes, vem em diferentes etapas, segundo o que estamos prontos a suportar. Jesus é muito sensível às nossas limitações. É como alguém que vai passar por uma cirurgia e precisa de um certo nível de saúde para sobreviver. Assim, a pessoa traumatizada muitas vezes nem reconhece o nível de sua doença emocional, até saber que tem em Deus, suficiente força para aguentar a cirurgia emocional. Depois de três anos com os discípulos, Jesus falou “Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora” (João 16.12). Nós temos aprendido a não ministrar cura para pessoas que não tem demonstrado seriedade quanto à restauração de suas vidas. Apenas ministramos para pessoas em grupos de apoio, porque quando a ministração é divina, o processo de firmar o que Deus fez precisa de uma caminhada longa e séria com o apoio de pessoas comprometidas com a nossa restauração.

F.) A restauração da alma tipicamente não é algo ministrado por um psicólogo, ainda que passemos por meses de aconselhamento. O psicólogo ou psiquiatra pode ajudar-nos a entender verdades chaves para nossas vidas, mas, com algumas exceções, é mais um facilitador do que um conselheiro que entra ativamente na alma da pessoa e acompanha, de dentro para fora, a dor e o mover curador do Espírito. O psicólogo normalmente trabalha a nível horizontal, através de conversa, ajudando a pessoa a se entender. A restauração da alma trabalha a nível vertical, através de um encontro divino, ajudando a pessoa a experimentar Jesus como nunca antes na área de suas dores e feridas. Ao mesmo tempo, esclarecemos que os que ministram na área de cura interior e no ministério de restauração devem fazer todo o possível para ter o apoio de um psicólogo ou psiquiatra que conheça as dinâmicas do Espírito. Nós precisamos saber quando os problemas que estamos enfrentando vão além de nossa sabedoria e capacidade. Devemos ter alguém a quem possamos consultar e também indicar pessoas com problemas com os quais não estamos habilitados a trabalhar.

O que, é restauração da alma?!
1) Reconhecer nossas feridas, defesas e responsabilidades;
2) Experimentar Jesus levando sobre si essas feridas;
2) Receber o perdão e a libertação de Deus; e
4) Poder transmitir o mesmo para os que nos machucaram e abusaram de nós. . .

Como na oração de Francisco de Assis:
“Senhor, faça-me um instrumento de Sua paz. Onde houver ódio, permita-me semear amor; Onde houver ferida, perdão; Onde houver dúvida, fé; Onde houver desespero, esperança; Onde houver escuridão, luz; E onde houver tristeza, alegria. Senhor, permita que eu possa procurar mais Consolar do que ser consolado, Entender do que ser entendido, Amar do que ser amado, Porque é no dar que recebemos, No perdoar que somos perdoados, E no morrer que acordamos para a vida eterna.”

Encorajamos você a entrar num momento especial de oração expressando para Deus o que estiver sentindo

As Dez Leis dos Limites

"Limites" é o que define quem sou e onde começa e onde termina minha responsabilidade e liberdade.

1. A Lei do semear e ceifar. Ceifamos o que semearmos.
2. A Lei da responsabilidade. Você é responsável por si mesmo e eu sou responsável por mim.
3. A Lei do poder. Posso influenciar os outros, mas não posso mudá-los. Só posso mudar a mim mesmo.
4. A Lei do respeito. Na medida em que respeito os limites dos outros e aprecio a sua liberdade, posso esperar que eles também me respeitem.
5. A Lei da motivação. Agir pelo amor, gratidão e afeto, não pelo medo, obrigação, culpa ou pela necessidade de agradar aos outros.
6. A Lei da avaliação. Antes de impor um limite, avaliar as consequências e, se for o caso, aceitar a dor resultante das escolhas.
7. A Lei da proatividade. Exercer direitos, não exigir direitos. Amar ao invés de reagir.
8. A Lei da inveja. A inveja visa nos outros o que está além de meus limites. Esse tempo e essa energia deveriam ser usados para assumir a responsabilidade por minha carência e para fazer algo a respeito.
9. A Lei da atividade. Tomar iniciativa e avançar! Deus não aceita a passividade.
10. A Lei da exposição. Nossos limites precisam estar visíveis e devem ser comunicados àqueles com quem nos relacionamos.

Fonte: Guia Prático Limites - Débora Kornfield